Preço dos alimentos básicos deve continuar em alta até o primeiro trimestre de 2024, diz Dieese

De acordo com a pesquisa do órgão, no último mês de novembro a maioria dos produtos que compõem a cesta básica dos paraenses apresentaram aumentos de preços

Bruna Lima
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Após uma sequência de seis meses de quedas consecutivas nos valores dos alimentos básicos, o mês de novembro interrompeu esse quadro e apresentou alta. E a tendência é que esse cenário perdurará até o primeiro trimestre de 2024. A pesquisa foi realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

De acordo com a pesquisa do órgão, no último mês de novembro a maioria dos produtos que compõem a cesta básica dos paraenses apresentaram aumentos de preços, com destaque para o açúcar com alta de 2,56% seguido do óleo de soja com alta de 1,90%; manteiga com alta de 1,57%; farinha de mandioca com alta de 1,37%; carne bovina com alta de 1,31%; leite com alta de 0,56%; pão com alta de 0,32% e da banana com alta de 0,11%.

A professora aposentada Marineide Pinto esteve no supermercado nesta quarta-feira (6) para fazer compras e diz que percebe um salto considerável dos preços com relação a meses anteriores. “Está tudo mais caro, eles colocam promoção, mas os valores permanecem alto”, destaca a professora.

O servidor público Alberone Rodriges, 46, também reclama dos preços dos alimentos nos surpermercados de Belém. Ele dis que os alimentos aumentam de preço, mas o salário não. E a disparidade acaba interferindo no poder de compra. “Os trabalhadores estão com salários defasados e os preços dos alimentos só aumentam. É uma situação muito complicada”, reclama.

Ainda no mês passado, o valor total da Cesta Básica comercializada em Belém foi de R$ 635,18 registrando uma alta de 0,36% em relação ao mês de outubro. Também no mês de novembro, o trabalhador paraense ainda comprometeu mais da metade do atual Salário Mínimo de R$ 1.320,00 para adquirir o conjunto de itens da Cesta Básica.

Everson Costa, supervisor técnico do Dieese no Pará, explica que o que patrocinou a queda dos preços nos últimos seis meses foi justamente uma produção gigantesca dos alimentos. “A gente teve recorde da safra de grãos, arroz, feijão, café. Tivemos também condições melhores e mais favoráveis no campo”, explica.

Mas a mudança de cenário se deve a nova colheita por conta das fortes variações climáticas. “E aí a gente está falando desde chuva geadas até secas extremas. Lembrando que o Pará tem um grau de dependência gigantesca dos estados fora eixo norte para poder trazer os alimentos aos supermercados e feiras. As variações climáticas são muito fortes e afetam a produção”, explica Everson Costa.

Outro ponto que se deve a essa alta dos preços é o período da entressafra desses produtos, pois diminui a quantidade ofertada. Diante desses fatores, há expectativa de continuidade desses aumentos em mais da metade dos produtos da cesta básica ainda no mês de dezembro e pelo menos até o primeiro trimestre de 2024, pois é o período que vai combinar com as chuvas por todo o país.

“É bom que os trabalhadores possam preparar o bolso, racionalizar a lista, fazer a pesquisa, porque nós teremos pelo menos aí contando com dezembro e o primeiro trimestre aumento sequenciais no preço dos alimentos básicos”, avisa Everson Costa.

O Balanço efetuado pelo DIEESE/PA mostra que mesmo com o registro de alta verificado no mês de novembro de 2023, no balanço acumulado deste ano (Jan-Nov/2023) o custo da Cesta Básica dos paraenses comercializada em Belém ainda acumula queda de 0,67%.

Na outra ponta, também neste ano, os recuos de preços foram registrados nos seguintes produtos: Feijão com queda de 28,32% seguido do Óleo de soja com queda de 27,80%; Carne bovina com queda de 7,05%; Açúcar com queda de 3,61% e o Café com queda de 3,04%

No Balanço Nacional, as pesquisas do DIEESE mostram que, no mês passado (Nov/2023), São Paulo foi quem apresentou o maior valor da Alimentação Básica com o custo de R$ 749,28, na outra ponta, o menor valor ficou por conta de Aracaju com o custo de R$ 516,76. Já em termos de variação, também no mês passado, a maior alta foi registrada em Brasília com aumento de 3,06% e do outro lado, Natal, foi quem registrou a maior queda, com recuo de 2,55% .

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