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De agente de aeroporto a comandante de voo: trabalhador relembra trajetória de sucesso

Emílio Fiuza, de 31 anos, passou por três cargos e, 11 anos depois, conseguiu a carreira que almejava

Elisa Vaz e Amanda Engelke

Com dedicação, trabalho duro e estudo, muitas vezes um sonho de criança pode se tornar realidade. A carreira do paraense Emílio Fiuza, de 31 anos, teve início exatamente assim, com uma brincadeira na infância que se tornou realidade graças aos seus esforços. Hoje, ele tem a profissão que tanto almejou, de comandante de voo de uma grande companhia aérea nacional, após ter trabalhado também como auxiliar, agente de aeroporto e comissário. Neste Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, o Grupo Liberal conta detalhes dessa história.

Em entrevista à reportagem, Emílio lembrou que, desde os seis anos de idade, já gostava de olhar para os aviões, e ia com o pai até o aeroporto para ver a movimentação das aeronaves militares, comerciais e da esquadrilha da fumaça. Pensando em como aviões tão grandes eram capazes de voar, o jovem passou a rabiscar as últimas folhas dos cadernos com algo que hoje chama de “planos de voo”: os desenhos ligavam Belém a cidades como São Paulo, Brasília e até aos Estados Unidos.

A partir disso, o atual comandante passou a estudar. Naquela época, o investimento nos cursos era muito alto, mas ele conseguiu uma oportunidade de trabalhar dentro do aeroporto e foi evoluindo aos poucos. Começou como auxiliar de aeroporto; depois de um ano e meio foi promovido a agente no Centro de Operações Inteligente (COI); mais um ano e meio depois, virou comissário; após cinco anos, passou para co-piloto; e hoje, três anos depois, se tornou comandante da Azul Linhas Aéreas.

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O profissional já teve seu primeiro voo comercial, no último dia 28 de abril, saindo de Belém com destino a Tucuruí e a Salinópolis. “É maravilhoso estar tendo essa experiência no avião. Na direita, durante todo esse tempo, que é de co-piloto, e agora na esquerda, como comandante. É sensacional. Depois de ter passado esses 11 anos trabalhando na empresa, fico muito satisfeito pelas oportunidades que eu tive aqui dentro, e continuo tendo, de crescer. É realmente emocionante, gratificante e uma felicidade de vida”, celebra.

Emílio também se tornou instrutor de simulador da aeronave modelo Cessna Grand Caravan. Para o futuro, ele busca atuar em aviões maiores, e por isso continua estudando muito, embora também esteja aproveitando o momento de conquistas.

Mercado

Às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e com uma série de investimentos previstos para Belém, sede do evento, o mercado de tripulantes deve crescer, na opinião do profissional. “A gente vive um momento de muito crescimento aqui em Belém, e quando a pessoa se prepara consegue realmente entrar para esse mercado, que está bem aquecido e está tendo muita contratação, as empresas estão querendo profissional qualificado. E com a COP e outros eventos, pode ter certeza que vai aumentar muito o número de oportunidades”, adianta.

Para quem deseja seguir na área, Emílio destaca que há a oferta de cursos de comissário em Belém, além do de piloto - começando pelo privado, depois comercial. No primeiro, são cerca de quatro meses, e no segundo a duração é maior, principalmente por conta da parte prática. Ele foi um dos 150 profissionais alçados ao cargo de comandante em janeiro de 2024, a maior quantidade de promoções internas na história da Azul. Neste ano, além das promoções, a empresa contratará mais de 200 profissionais para sua tripulação técnica.

O CEO da Azul, John Rodgerson, comenta que a história e o amor de Emílio pela aviação o cativaram. Certa vez, o executivo fez uma ligação para o profissional após receber um e-mail dele. “Eu senti que ele precisava ouvir que tinha todo apoio da empresa para seguir os seus sonhos. Liderar uma empresa com mais de 16 mil tripulantes é uma tarefa que exige muita escuta e proximidade”, menciona.

Ao refletir sobre sua jornada, Emílio compartilha não apenas suas conquistas profissionais, mas também seus sonhos contínuos. "Meu sonho de carreira é todo dia fazer um bom seguro, todo dia aplicar tudo aquilo que a gente aprende na teoria e continua aprendendo todo dia. E sempre respeitando e tendo temor a Deus, sabendo que nós temos o limite, que precisamos dele a todo momento”. Emílio reconhece a importância de permanecer humilde diante dos limites que enfrenta, confiando na orientação divina para alcançar seus objetivos com segurança e integridade.

Superação

Diferente de Emílio, quando criança, José Maria Rosário não tinha exatamente o sonho de ter uma carreira ou alguma profissão específica. Em Marapanim, município do nordeste paraense, ele vivia de forma humilde com os pais e os sete irmãos, e admirava as vestimentas e a postura de dois magistrados que atuavam na cidade, um promotor e um juiz. Foi no ginásio (nos anos finais do atual ensino fundamental) que ele despertou para a possibilidade de atuar na área jurídica, ao fazer um teste vocacional, já em Belém, na escola Augusto Meira. Ele seguiu os estudos na escola Souza Franco, mas a ideia ficou.

Alguns anos depois, José cursou Direito, na Universidade Federal do Pará. De degrau em degrau, advogou por alguns anos, prestou concurso e assumiu como delegado, e depois novamente prestou concurso, desta vez para promotor de justiça, cargo que atuou por cerca de dois anos. Por outro concurso, assumiu como juiz de direito no interior, onde passou alguns anos antes de ser transferido para a capital. “Tudo foi fruto de muita dedicação, estudos e persistência”, conta José, aos 71 anos, hoje desembargador, vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE do Pará).

Pai de de três filhos, ele conta com orgulho que sua filha é juíza no município de Parauapebas; dos homens, um é delegado de polícia e outro que seguiu pelo esporte, e tem uma academia de jiu jitsu. “Eu sou de uma família bem humilde, com muita dificuldade de conseguir transpor as barreiras da vida. Não foi fácil, mas o que eu abracei foi a persistência, a vontade de vencer e, acima de tudo, os estudos. E é isso que levei para os meus filhos. O estudo é o que abre as portas, não somente para aquelas pessoas que têm recursos. O estudo realmente é o caminho para se conseguir o sucesso”, diz José.

Muitas vezes associada à tradição de família, para o desembargador, a carreira jurídica é resultado de muita superação. “Olha, olhando para trás, foi uma luta”, atesta. Apesar de reconhecer a posição de destaque na carreira, engana-se quem pensa que o desembargador parou de buscar por novas realizações. "Na verdade, o homem raramente se satisfaz. Ele sempre sonha em ser o maior, acreditando que existem coisas melhores na vida. Mas sou grato por ter conseguido ter conquistado tudo através dos estudos, e por ter conseguido proporcionar melhores condições”, conclui José.

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