CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Clientes de Belém sentem aumento no preço do azeite e outros produtos importados

Consumo diminui e supermercados faturam menos

Maycon Marte

Paraenses enfrentam preços mais altos em produtos importados como queijos, vinhos e azeites nos supermercados. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o azeite, por exemplo, fechou o primeiro trimestre deste ano com uma alta acima de 30%. A variação do dólar seria a grande responsável por este aumento, como explica o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal. “Nós estávamos importando há pouco tempo atrás com o dólar na faixa de R$ 4,80 e passou de repente para em torno de R$ 5,30, então é um aumento expressivo de quase 10%”.

A moeda americana dita o comportamento do mercado internacional e, no caso brasileiro, muitos produtos comprados com o dólar são insubstituíveis, especialmente os importados. Portugal reforça que após o salto inesperado no valor da moeda estrangeira, a demanda dos consumidores reduziu, o que influenciou na compra das redes de supermercado e também prejudicou o setor que acaba vendendo menos. “Quando o preço cai, automaticamente aumenta a nossa venda, então para nós é interessante, porque quanto mais barato o preço estiver é melhor porque a gente vende mais”, pontua o representante.

O supervisor técnico do Dieese, Everson Costa, explica que o aumento no valor desses produtos já é esperado. “De um ano para outro, o comportamento de preço e de variações, elas vão para além do dobro da inflação de cada ano”, relata. Para o especialista, “a expectativa é que a gente tenha vinhos, queijos e esses produtos importados como azeite bem mais caros porque o próprio dólar está oscilando bastante”. Ainda reforça que sem qualquer sinalização de recuo no valor da moeda, o consumidor paraense ainda deve enfrentar preços mais altos nos próximos dias.

Consumo afetado

Os paraenses que usam boa parte desses produtos no seu dia-a-dia já relatam o impacto e tentam driblar a situação. A dona de casa, Maria de Nazaré Segtowick, não abre mão do azeite no preparo da sua comida, mas precisou reduzir o consumo para caber no bolso. “Sempre eu compro uma latinha ou um vidro, do pequeno ou do médio só pra temperar uma salada ou para fazer uma comida mais especial, mas eu tenho que levar todo mês uma lata”, diz.

A dona de casa lembra que até pouco tempo ainda comprava o mesmo azeite por um preço mais barato. “Há um mês atrás, eu comprava ele por um preço mais em conta e hoje eu já passei por aqui, já dei a volta e realmente, eu achei que teve um aumento”, explica a consumidora.

Atendimento

A atendente Kamilly Rodrigues, que trabalha em uma rede de supermercado especificamente com a venda de vinhos, relata que os produtos importados tendem a sofrer com essa variação e raramente para menos. Segundo Rodrigues, o peso da marca, a quantidade comprada e o tipo do produto, principalmente no caso dos vinhos, também estão entre os aspectos que podem afetar o preço final desses produtos. “No caso de uma garrafa por exemplo de um Gran Reserva [classificação mais cara] a produção desse produto pode chegar a ser mais cara ou mais barata dependendo da classificação, então um produtor vai levar um tempo maior e vai gastar um certo valor financeiro, quando esse produto for exposto no mercado ele vai dar um valor mais alto”, pontua. A vendedora também associa o tempo de validade, pois o custo de produção em larga escala para importados como o azeite, que duram menos em relação aos vinhos, por exemplo, podem encarecer ainda mais o produto.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA