Arroz, feijão e farinha ficam mais caros no 1º trimestre

O maior vilão da cesta básica foi o feijão, com aumento de 26% no período

Fabrício Queiroz
fonte

Os três principais alimentos da cesta básica do paraense ficaram mais caros no primeiro trimestre do ano, com reajustes médios superiores à inflação do período. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 2,09%, itens como o feijão, o arroz e a farinha subiram de 9,55% a 26% de janeiro a março, conforme indica pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA).

Segundo o levantamento, a maior variação foi observada no preço do feijão, que custava cerca de R$ 7,84 nas feiras e supermercados da capital em dezembro do ano passado e agora custa R$ 9,88, o que equivale a uma alta de 26%. Em segundo lugar aparece a farinha de mandioca que ficou 14,14% mais cara no mesmo período, passando de R$ 8,70 para R$ 9,93. E no terceiro lugar no ranking aparece o arroz, cujo quilo era vendido, em média, a R$ 5,55 e agora custa R$ 6,08, indicando uma alta de 9,55% no trimestre.

LEIA MAIS:

image Inflação de Belém tem alta de 0,84% em março, maior do que a média nacional
O setor que teve a maior variação na Região Metropolitana de Belém foi o dos Transportes, seguido de Comunicação e Saúde e Cuidados Pessoais

image Inflação: IPCA sobe 0,71% em março, puxado pela alta da gasolina
Dados foram publicados nesta terça-feira (11), pelo IBGE

image Preços das frutas em Belém tiveram altas calculadas acima da inflação no primeiro trimestre do ano
Novo estudo do Dieese mostra que reajuste chega a quase 28%; período de chuvas está entre os fatores envolvidos

No bairro da Pedreira, em Belém, o peso da inflação sobre itens essenciais para a alimentação foi sentido tanto por consumidores quanto por quem vende esses produtos. A feirante Ieda Rocha relata que o valor da farinha vem aumentando desde o ano passado, chegando a dobrar de preço nesse intervalo de tempo.

image A feirante Ieda Rocha diz que os custos também subiram para quem vende farinha (Thiago Gomes / O Liberal)

“Foi uma elevação muito alta. Deu para sentir para o produtor, para o vendedor e para o cliente, principalmente. A saca da farinha d’água tava R$ 180. Depois, veio para R$ 250 e chegou a R$ 450. A farinha lavada era R$ 400 e veio para R$ 600, a mesma coisa com a farinha de macaxeira”, conta ela, que diz que tenta segurar o preço, mesmo que isso implique em menos lucro. “Se não for dessa forma, você perde o cliente”, afirma Ieda.

Já o feirante Levi Oliveira considera que os aumentos recentes afetaram mais o feijão, enquanto o arroz tem tido uma trajetória de queda nos últimos meses. “O feijão teve um pequeno aumento, mas os fregueses estão se acostumando. O preço varia de R$ 10 a R$ 12 o quilo. Já o arroz está abaixando. Ficou razoável e acaba equilibrando”, comenta ele, que acrescenta que nesse cenário tem notado a preferência dos clientes por comprar em quantidades menores.

Esse é o caso do vendedor Antônio Carlos, de 61 anos, que costuma frequentar a feira da Pedreira para adquirir a alimentação do dia-a-dia para a família com quatro membros. “O aumento é constante. Isso pesa no orçamento porque a gente percebe que o salário não acompanha esse ritmo, fora os outros custos que a gente tem em casa como água e luz. Nada disso a gente pode abrir mão, então é preciso ajustar como pode para se manter”, diz o consumidor.

image O vendedor Antônio Carlos reclama do aumento dos custos com a alimentação (Thiago Gomes / O Liberal)

Considerando os 13 itens da cesta básica, o Dieese-PA mostra que a alta acumulada no primeiro trimestre foi de 4%. Além do feijão, do arroz e da farinha, o leite, o tomate, a manteiga e a banana também tiveram reajustes maiores que a inflação. Por outro lado, o açúcar, o café e a carne ficaram mais baratos. Já o preço do pão se manteve estável. Com isso, a entidade estima que o custo da cesta básica ficou em R$ 664,54, o que representa 55% do salário mínimo atual.

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA