Psica abre edição de uma década com cortejo e levantamento de mastro
O festival começa nesta sexta (16) com programação gratuita
Há 10 anos o Festival legítimo da Amazônia, o Psica, vem mantendo o perfil de ser um evento que prioriza a cultura afro-amazônica com mistura de sons e ritmos. É nesta sexta (16), que começa a festa no Espaço Náutico MarineClub e, pela primeira vez, traz toda a atmosfera das festividades das cidades da Amazônia. A edição que marca uma década iniciará com um cortejo e levantamento do mastro para cada um dos quatro palcos do evento. A cerimônia de abertura começa a partir das 18h.
O primeiro dia do evento é gratuito e conta com os shows de Liniker (SP), Arraial do Pavulagem & Batalhão da Estrela, Super Pop Live, Baile do Mestre Cupijó (Cametá), Layse (Breves) & Os Sinceros, Sisa, Daniel ADR, DJ Jon Jon, DJ Eric Terena (MS) e Eduardo du Norte & Os Tambores do Pancoval. Os passaportes para os outros dois dias, que serão pagos, estão à venda no site.
“A nossa ideia é abrir o 10º Festival Psica da mesma forma que as festividades do interior do estado e também da região metropolitana iniciam suas programações: com o levantamento do mastro. Para isso, vamos unir diversas expressões populares em um cortejo de uma hora. Estarão presentes, por exemplo, a Marujada de São Benedito (Bragança), o Batalhão da Estrela, o Cordão de Pássaros, as Themônias, em uma celebração à cultura do interior e de Belém também, antes do show do Arraial do Pavulagem, o primeiro do dia”, adianta Jeft Dias, diretor e criador do Psica.
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Nesse primeiro dia de programação a organização do festival vai promover a união de expressões populares com a vencedora do Grammy Latino 2022, Liniker, que vai se apresentar com o novo show.
Liniker já esteve algumas vezes em Belém. Ela passeou pela ilha do Combu, Mercado do Ver-o-Peso. Ela é o tipo de artista que gosta de viver as experiências e de colecionar história. A artista não se expressa apenas por meio da música, pois além de cantora e compositora ela transita por outras modalidades artísticas.
Ela foi protagonista da série “Manhãs de setembro”, da Prime Vídeo, que conta a história de Cassandra, uma mulher trans que trabalha como motogirl em São Paulo e que tem na música sua maior força. Ela precisou abandonar sua cidade para realizar seu sonho de se tornar cover de Vanusa, cantora brasileira que fez sucesso na década de 70.
No sábado (17), mais um dia de grandes atrações, o público vai poder matar a saudade da paraense Gaby Amarantos que vai reviver no palco as canções da época que fazia parte do “Tecnoshow”, no início dos anos 2000. Músicas que fizeram sucessos nessa época foram regravadas pela artista, que vai aproveitar o momento e viver isso ao lado do público que sabe dançar o brega.
Mas o sábado ainda tem Baco Exu do Blues, Lia de Itamaracá, Mega Principe New Tech, Molho Negro, Urias, Desalmado e mais artistas.
O último dia do festival, domingo (18), encerra em clima de carnaval. Uma das atrações que mais deixou o público surpreso foi a cantora baiana Daniela Mercury, conhecida em fazer a festa em cima dos trios elétricos. Mas o festival Psica faz questão de marcar as 10 edições com esse tom de carnaval fora de época. Gerson Dias, que também é criador e diretor do festival, diz que trazer Daniela Mercury é reflexo de um processo de crescimento e amadurecimento do projeto.
Daniela Mercury é conhecida como a rainha do axé e coleciona vários hits ao longo da trajetória de 40 anos na música. Nesse show, ela vai se apresentar em um grande palco durante uma hora e meia e cantando seus clássicos como “O Canto da Cidade”, “Nobre Vagabundo”, “Baianidade Nagô” e ainda deve estar no repertório a música "Banzeiro", de Dona Onete, regravada pela baiana.
A primeira vez que a artista foi parar no trio elétrico ela ainda tinha 15 anos. Desde aí, ela começou a invadir os carnavais de Salvador e de vários cantos do Brasil cantando por horas. Além de ser uma importante figura na música, a artista também assume uma postura ativista pela causa LGBTQIA+.
Outra baiana que completa o line up de domingo é Luedji Luna. Dona de "Um corpo no mundo", "Banho de Folhas" e entre outras canções, a artista é destaque pelo posicionamento em suas canções, onde a ancestralidade e assuntos do cotidiano são debatidos. Luedji faz parte de um grupo de "Novos baianos", que vem impressionando o público do país e de países da Europa.
Apesar de baiana, a cantora mora atualmente em São Paulo e sobre essa mudança ela chegou a falar em uma entrevista que a metrópole do país lhe dá pressa, não apenas na conotação negativa, mas sim no sentido de lhe dar impulso no processo de produção do seu trabalho.
Mas ela também não deixa de falar nas entrevistas que a Bahia lhe dá todas as ferramentas dessa produção, pois é o lugar onde recebeu os principais ensinamentos e fundamentos como artista.
O Psica, muito além de um festival multicultural, é um movimento artístico preto e periférico nascido na Amazônia que vem alcançando influência em todo o Brasil. A Psica Produções também é responsável por um selo, a Psica Gang, que reúne 17 artistas da música e das artes visuais e que este ano assinou contrato de distribuição musical com a Warner Music Brasil.
Festival Psica 10 anos
16 a 18 de dezembro
Local: Espaço Náutico Marine Club - Avenida Bernardo Sayão, Nº 5232 - Guamá
Ingressos
Passaporte Psica
Lote 4: R$180,00 (meia estudantil / solidária)
festivalpsica.byinti.com
Shopping Bosque Grão Pará - Loja Imaginarium (Piso 1)
Boulevard Shopping - Loja Imaginarium (Piso 1)
Realização: Psica Produções
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