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Filme 'As Mulheres do Carimbó' destaca a importância e o protagonismo das mulheres

A cantora e compositora Lia Sophia entrevista mulheres de diferentes gerações, revelando suas histórias e contribuições para o carimbó

O Liberal
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Para entender processos de criação e dar visibilidade às mulheres que produzem carimbó no Pará, a cantora e compositora Lia Sophia produziu o filme curta-metragem “As Mulheres do Carimbó”, em que a artista conversa com diferentes gerações de mulheres do carimbó na Amazônia. O projeto foi selecionado no Edital de Patrocínio 2023 do Banco da Amazônia S/A e está em fase de finalização para ser lançado em janeiro de 2024.

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Historicamente associado aos homens, deixando as mulheres em papéis secundários, a cultura do Carimbó tem fundamental contribuição feminina. O documentário visa mostrar como as mestras, cantoras, compositoras e instrumentistas, contribuem de maneira significativa para a preservação, evolução e enriquecimento desse gênero musical. "Como compositora e produtora musical, que tem como base de criação o carimbó, sempre me questionei sobre a produção de outras mulheres do gênero", diz Lia Sophia.

"O carimbó é um gênero musical majoritariamente masculino, mas as mulheres sempre estiveram presentes e estão cada vez mais assumindo o protagonismo. Uma inquietação que sempre tive é sobre como o Carimbó feito por homens se diferencia do feito por mulheres e nada melhor do que conversar com essas mulheres fazedoras de Carimbó para ouvir suas observações", explica Lia Sophia. "Esse projeto é bem antigo, desde meados de 2017. Há tempos queria me encontrar com mulheres do Carimbó. Isso é muito importante pra mim, conversar, ouvir e contribuir para uma maior visibilidade às mulheres que mantêm essa cultura viva", conta.

 

O curta documental “As Mulheres do Carimbó” ouviu mulheres dos grupos Sereia do Mar e Boiúnas, de Marapanim; Mestra Nazaré do Ó, de Icoaraci; a rainha do carimbó Chamegado, Dona Onete; a Mestra Jesus, do Marajó e Mestra Deia Palheta, do grupo Iaçá, de Belém. O projeto se propõe a entender como as mulheres se fazem presentes na construção do Carimbó, sua visão enquanto mestras que criam e ensinam outras mulheres sobre a importância dessa cultura.

As entrevistas começaram em Vila Silva, Marapanim, quando Lia Sophia foi conversar com o primeiro grupo de Carimbó do mundo formado exclusivamente por mulheres: o Sereia do Mar. Tendo Mestra Bigica como porta-voz, o grupo criado pela saudosa Mestra Mimi, mãe de Bigica, é uma referência para as mulheres do Carimbó de vários locais e gerações, seja pela representatividade feminina, seja pelas canções compostas pelas integrantes e parceiros do grupo de Marapanim.

“Foi muito importante participar desse trabalho com essas mulheres maravilhosas que têm o Carimbó na veia. Precisamos estar todas unidas porque essa cultura continua e espero que nós, mulheres, sejamos muito mais respeitadas”, conta Mestra Bigica.

Ainda em Marapanim, Lia Sophia conversou com o grupo de Carimbó “As Boiúnas”, formado por uma nova geração de mulheres que entendem a importância do protagonismo feminino na música.

“Foi incrível participar desse trabalho porque ele enaltece as mulheres que estão produzindo, estão compondo, estão realizando e salvaguardando o Carimbó. Compartilhar essa vivência, esses relatos no documentário é importante porque as pessoas vão conhecer mais profundamente o que as mulheres carimbozeiras fazem. Esperamos que, ao assistir, o público possa valorizar nosso trabalho, que por tanto tempo foi invisibilizado, e nos enaltecer porque a partir do momento que a gente se valoriza, a gente também enaltece outras mulheres”, explica Amanda Rabelo, integrante do grupo As Boiúnas, de Marapanim.

A professora e pesquisadora de Icoaraci, Mestra Nazaré do Ó, falou sobre o Carimbó feito por mulheres e a importância delas na manutenção dessa cultura popular. “A mulher está apta a exercer qualquer atividade como compor, cantar, dançar e tocar Carimbó. Lia Sophia é um grande exemplo de empoderamento feminino, que representa muito para todas nós, guerreiras incansáveis, que amamos o que fazemos. A participação das mulheres atualmente nos confirma que nossos esforços estão valendo muito à pena: viver esse momento de poder mostrar nossas reais qualidades na musicalidade do Carimbó”, conta Mestra Nazaré do ó que começou a trabalhar com cultura ainda aos 13 anos.

As temáticas das composições, a posição das mulheres dentro dos coletivos de Carimbó e a diferenciação do Carimbó pau e corda para o estilizado também foram temáticas abordadas no curta que ainda ouviu Dona Onete, Mestra Jesus e Mestra Deia Palheta.

As gravações foram realizadas em setembro deste ano e contou com fotografia de Thiago Pelaes, roteiro de Lia Sophia, Taísa Fernandes e Sonia Ferro.

Além de destacar a presença feminina no Carimbó, o curta busca dar visibilidade a essas mulheres que seguem construindo, preservando e perpetuando o Carimbó enquanto manifestação cultural da Amazônia.

"Fizemos um mapeamento de mulheres importantes do Carimbó, são muitas, mas como nosso produto é um curta, tivemos que selecionar algumas que além de representatividade, também pudessem conversar com a gente sobre composição, que é algo que eu, enquanto compositora, me interesso muito: entender qual a diferença do olhar feminino para o masculino dentro do Carimbó", explica Lia Sophia.

O curta documental "As Mulheres do Carimbó" foi selecionado no Edital de Patrocínio 2023 do Banco da Amazônia S/A e será lançado em janeiro de 2024.

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