Felipe Cordeiro fala da parceria e dos bons frutos “De amor, amor” com Chico César

A canção está indicada na categoria Lançamento do Prêmio da Música Brasileira

Bruna Lima
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A parceria da música “De amor, amor” entre Chico César e o paraense Felipe Cordeiro vem obtendo resultados significativos para os artistas. A canção está indicada na categoria Lançamento do Prêmio da Música Brasileira, divulgada na última terça-feira (25). A premiação será no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no próximo mês de maio.

Felipe Cordeiro explica que “De amor, amor” foi composta no período crônico da pandemia, em 2020. “Eu havia feito um post casual e Chico César se interessou. Ele me mandou uma letra no direct do Instagram, fiquei surpreso, no mesmo dia eu musiquei. Depois fiquei uns meses trabalhando na produção musical, fiz tudo. A gente já havia feito um show juntos, em 2017, em São Paulo, mas, ainda não havia uma canção em parceria”, detalha.

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Quando “De Amor, Amor” ficou pronta, Felipe disse que Chico se empolgou para fazer o lançamento oficialmente e apostou na música. “Guardamos para depois da pandemia, fizemos um clipe, ainda gravado em um momento de restrição, com uma ideia na mão e uma câmera na cabeça. Chico estava no Uruguai passando uma temporada longa, então o diretor do clipe, o paraense Diego Orix, teve a ideia de nos reunir pela tela do celular junto da atriz e bailarina Dora Selva. A música saiu em 2022 e segue sendo muito bem ouvida nas plataformas digitais, além de ter entrado muito bem no repertório do meu show atual”, acrescenta.

É a terceira vez que Felipe Cordeiro é indicado ao Prêmio da Música Brasileira. Em 2018, foi indicado e ganhou, junto com seu pai, Manoel Cordeiro, o prêmio de melhor produção musical pelo álbum “Do Tamanho Certo Para o meu Sorriso” da Fafá de Belém. Em 2014, foi indicado a melhor cantor popular. “Sempre que posso, acompanho a premiação, é o prêmio mais prestigiado da música brasileira há muitos anos”, pontua.

O paraense avalia que a lista de indicados do Prêmio demonstra a diversidade da música produzida atualmente no Brasil. Mas ainda falta maior espaço para a música produzida na Amazônia.

“Aos poucos esse entendimento vai melhorando. Acho que falta uma melhor compreensão intelectual da nossa história pra ligar os pontos. A Música Popular Brasileira (MPB) produzida no século passado basicamente orbitou em torno de uma ou duas “músicas pretas”, vinda dos territórios que influenciavam nossa ideia de identidades nacional”, explica.

Ainda de acordo com a visão musical e artística do paraense, tudo que se ouviu até pouco tempo de MPB, basicamente, era um desdobramento da história do samba, música preta que desabrochou no Rio de Janeiro quando a cidade era capital e “exportou” seu modelo de rádio, de carnaval, sua noção da identidade nacional.

“Acontece que tem dezenas de músicas pretas no Brasil, na Amazônia, por exemplo, tem dezenas. Tem também dezenas de expressões que vêm dos povos originários. Tudo isso foi apagado quando se contou e se leu a história do Brasil colonialista europeia. Nós da Amazônia somos o que mais sofremos com racismo estrutural. Ainda tem as expressões urbanas da Amazônia, no qual me encaixo, que são mal compreendidas, dentro e fora da nossa região, porque ainda existe uma tendência, ao meu ver conservadora, para nos ler como uma ‘cultura tradicional’, ‘extemporânea’. Toda minha arte e esforço vai na direção de conectar a contemporaneidade amazônica dentro do contexto latino-americano”, explica o artista.

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