CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Políticas públicas para desenvolver a cidade de Belém são debatidas em conferência

Evento ocorreu na capital e contou com a presença de especialistas ambientais, representantes de emprensas e autoridades

Camila Azevedo
fonte

As discussões sobre como as políticas públicas devem ser aplicadas para melhorar o desenvolvimento de Belém e da Amazônia, como um todo, fizeram parte dos temas centrais que foram abordados na 2ª edição presencial da Conferência Ethos 360º de 2023. O evento, realizado nesta segunda-feira (18), na capital do Pará, reuniu especialistas da área ambiental e autoridades para analisar quais as melhores formas de agir para mitigar os desafios existentes e promover qualidade de vida à população.

As desigualdades sociais e o impacto que a cadeia produtiva de grandes empresas gera no meio ambiente também foram assuntos abordados na conferência. Andréa Alvares, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, afirmou que é necessário uma transição no modelo de negócio exercido atualmente para evitar maiores problemas envolvendo a questão do desmatamento. Segundo ela, “não existe fazer negócio sem pensar nos impactos para a sociedade e para o planeta”.

VEJA MAIS

image Leonardo DiCaprio convida Helder para lançamento de documentário sobre o meio ambiente em Nova York
Governador do Pará está nos Estados Unidos para uma série de compromissos relacionados ao meio ambiente

image Ibama diz que Petrobras precisa de estudo ‘mais sólido’ para exploração na Margem Equatorial
Declaração foi dada pelo presidente do Instituto, Rodrigo Agostinho, durante audiência no Senado que contou também com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva

image Amazônia: filha de Chico Mendes diz que é preciso mudar sistema político para salvar a floresta
"É preciso uma força política que se sobreponha ao interesse do grande negócio, do grande capital", disse Ângela Mendes em entrevista exclusiva para o jornal O LIBERAL

“A gente precisa, como setor privado, ter consciência de que os negócios e a cadeia de valores criam um impacto, que pode ser positivo, ou negativo. Precisamos estabelecer uma jornada de transição a tempo de evitar um cenário de maiores catástrofes. O papel das empresas é ter consciência do seu papel da forma mais competente, mas entendendo, desde o início da sua cadeia, até o descarte final, qual a sua responsabilidade. Conter o desmatamento é uma responsabilidade coletiva, todos temos que nos empenhar”, disse.

Plano Nacional pelo Combate às Desigualdades

Um dos painéis da conferência tratou do papel das organizações da sociedade civil e entidades na construção do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, documento lançado no dia 30 de agosto deste ano, no Congresso Nacional. A ideia da temática debatida é trazer para o contexto de Belém as propostas que podem reverberar na sociedade local. Dentre as iniciativas que fazem parte do plano, um observatório das desigualdades e uma Frente Parlamentar Mista de combate às questões são o destaque.

Caio Magri, diretor-presidente do Ethos, pontua que as atividades, a partir do lançamento do Pacto, serão guiadas por meio do observatório. O Instituto, ainda, lançou uma cartilha de orientação para que as empresas possam contribuir na mitigação das desigualdades. “Ou seja, nós, agora, temos uma ferramenta para avaliar e acompanhar, com indicadores, se a gente está reduzindo, se a gente está ampliando as desigualdades no Brasil. A cada mês de agosto, cada ano próximo, a gente vai fazer um balanço desse processo”.

“Essa contradição entre riqueza, pobreza e desigualdades é que traz um desafio muito especial para o Brasil. Primeiro, combater as desigualdades é possível. Segundo, temos recursos para isso. Portanto, ali foi uma unanimidade no painel: que precisamos ter vontade política. Vontade política não é só dos políticos. Vontade política da sociedade, vontade política das empresas, vontade política dos movimentos sociais e dos agentes públicos. Essa foi a principal tônica do debate”, frisou Magri.

Desafios

Caio ressaltou que Belém tem pela frente o desafio de melhorar os índices sociais atuais da cidade para que a COP 30, que será realizada na cidade em 2025, tenha êxito. “Nós não podemos chegar em 2025 em uma cidade como Belém, um estado como o Pará, com os mesmos indicadores que a gente tem, por exemplo, de esgotamento sanitário, saneamento básico, acesso à energia, acesso à comunicação. Então, são temas que precisam ser trabalhados”.

As iniciativas nacionais que foram apresentadas na conferências, conforme analisa Magri, devem ser buscadas a nível local. “Por exemplo, criar uma frente parlamentar de combate às desigualdades na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal, pegar os indicadores que estão traduzidos ali no Observatório e territorializar em Belém e no Estado. A gente sabe que, do ponto de vista das desigualdades regionais, a região norte do Brasil ocupa o lugar de destaque dos piores indicadores. Portanto, o desafio é enorme”, completa.

ONGs

O papel das Organizações Não Governamentais (ONGs) dentro do contexto amazônico entrou na pauta da conferência. A mesa, que falou dos desafios encontrados na atuação das entidades, teve a participação de Caetano Scannavino, da ONG Projeto Saúde e Alegria, Marcelo Greggo, do Ethos, e Mariana Faro, da Peabiru. “Somos muito poucos na sociedade civil organizada para o tanto de problemas que temos para enfrentar, seja na garantia de direitos, seja na saúde”, disse Mariana.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
COP 30
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!