Clínica terapêutica é investigada por cárcere privado, uso indevido de sedativos e estupro
Um dos proprietários do local e um funcionário já haviam sido presos em março de 2023 por crimes semelhantes, mas a clínica seguiu em pleno funcionamento, apenas com a restrição de não receber novos pacientes
A Polícia Civil do Espírito Santo (ES) prendeu os donos e uma enfermeira de um espaço terapêutico chamado "Serena" localizado na cidade de Piúma, por suspeita de crimes como cárcere privado, uso indevido de sedativos e até estupro contra os pacientes por parte dos funcionários.
A pedido do Ministério Público do ES, a PC realizou o feito na última quarta-feira (24), inicialmente para checar as datas de admissão dos internos, uma vez que a instituição estava proibida de receber novos pacientes desde 14 de dezembro do ano passado. No local, os internos relataram os abusos.
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Agentes prenderam duas mulheres, de 25 e 32 anos, e um homem, de 53, por sequestro e cárcere privado, além da desobediência de ordem judicial. Segundo o delegado titular da delegacia, David Gomes, os pacientes eram ignorados pela clínica sempre que manifestavam a vontade de interromper o tratamento.
Os internos, encaminhados à delegacia para prestar depoimentos, afirmaram que a gestão usava sedativos contra a vontade deles e dois dos pacientes alegaram que chegaram a presenciar um estupro cometido por um dos monitores da clínica.
Os supostos crimes de tráfico de drogas, relacionado à sedação compulsória dos pacientes sem determinação médica, e de estupro, serão investigados pela DP de Piúma. Pacientes da clínica ficaram sob a responsabilidade da assistência social do município.
Dono da clínica já havia sido preso por sequestro, cárcere privado, maus-tratos e associação criminosa
Segundo o portal A Gazeta, um dos donos da clínica e um funcionário do Espaço Terapêutico Serena já haviam sido presos em março de 2023 após denúncias de sequestro, cárcere privado, maus-tratos e associação criminosa. Na época, os pacientes eram deixados sem refeições como forma de castigo e sofriam agressões físicas.
“A polícia foi ao local para averiguar os fatos e lá, durante a tarde, uma interna contou que estava sem comer desde a manhã, como forma de castigo. Ela, segundo depoimento, estava impedida de falar com a família a cerca de uma semana. Alguns internos que não quiseram mais ficar no local foram remanejados com apoio da secretaria de assistência social”, explicou o delegado.
Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com
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