Pará apresenta o menor percentual de pessoas com acesso pleno à internet do Brasil

Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, no estado, apenas 7,5%da população, respectivamente, desfrutam de uma conectividade significativa, considerado acesso amplo e estável. Especialista explica.

Gabi Gutierrez
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Estudo realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação aponta que mais da metade dos brasileiros, ou seja, 57%, não têm acesso pleno à internet. O desempenho mais crítico foi observado nas regiões Norte e Nordeste, onde apenas 11% e 10% da população, respectivamente, desfrutam de uma conectividade significativa, considerado acesso amplo e estável. O estado do Pará apresenta o menor percentual de população com conectividade significativa, registrando apenas 7,5%.

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Patrick de Azevedo, engenheiro eletrônico com 18 anos de experiência no mercado de telecomunicações, explica sobre a realidade deficitária do sinal de internet na região norte do país, que segundo ele é considerada inferior em comparação a outras regiões do Brasil. Ele pontua que essa deficiência se deve a fatores como a vastidão territorial que precisa ser coberta e a falta de infraestrutura.

O especialista destaca ainda que, devido à falta de infraestrutura, muitas áreas ainda são atendidas por satélites, que oferecem uma qualidade inferior à fibra óptica. “A região possui uma densidade populacional menor, o que reduz o incentivo econômico para que as operadoras invistam, aí entra o governo para promover políticas públicas para que haja esse investimento”, explica.

Sobre os desafios enfrentados pelas empresas de telecomunicações na região norte, Patrick comenta que as dificuldades logísticas predominam. “Para cobrir uma região de dimensões continentais tornam-se necessárias tanto a implantação quanto a manutenção da infraestrutura de telecomunicações caras e complexas”, pontuou. Ele destaca também as complexidades regulatórias e ambientais, como o licenciamento ambiental em locais protegidos e a dificuldade de implantar antenas nas cidades. “Muitas cidades têm legislações restritivas para implantação de antenas, o que também é um desafio para as operadoras”, completou.

Patrick de Azevedo observa que muitas áreas na região norte são comunidades isoladas, com acesso limitado a serviços básicos, incluindo educação e saúde. "Esses fatores sociais e econômicos devem nortear as soluções propostas, garantindo que elas sejam inclusivas e adaptadas às necessidades locais”, diz o especialista.

Ele ainda destaca que, por força do edital das licenças do 5G, as operadoras têm a obrigação de investir R$ 3,1 bilhões para conectividade das escolas públicas e diz: “essa é a hora de nossos políticos se unirem para que esses investimentos cheguem mais rápido aqui para Região”.

Sobre os impactos da falha na conectividade na região norte, o engenheiro comenta que o maior prejuízo causado é o isolamento informacional, o que pode resultar em desvantagens educacionais e limitações no acesso a oportunidades econômicas.

“Isso pode perpetuar ciclos de pobreza e reduzir a competitividade da região em um mercado cada vez mais digital. Além disso, a falta de acesso à informação e tecnologia prejudica a capacidade dos cidadãos de participar plenamente na sociedade e na democracia, contribuindo para desigualdades sociais e econômicas mais amplas”, defendeu.

A conectividade precária também pode refletir em impacto econômico. Alex Carvalho, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), por exemplo, ressalta que a conectividade é fundamental para o setor produtivo. “Todos os recursos direcionados a projetos de infraestrutura são extremamente importantes para solucionar problemas reais que as indústrias, em especial as da Amazônia, enfrentam diariamente. E isso impacta na sua produtividade, na capacidade de renovação, desenvolvimento e expansão”, explicou.

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