Osteopatia pediátrica: saiba o que é a técnica e entenda os benefícios para a saúde dos bebês

A fisioterapeuta osteopata Lívia Gantuss, de Belém, dá detalhes sobre a prática e de que forma pode proporcionar qualidade de vida às crianças

Gabriel Pires

Visando identificar e tratar disfunções e sintomas incomuns nos bebês, osteopatia pediátrica é um tipo de tratamento fisioterápico que ajuda a corrigir disfunções físicas, como a assimetria craniana, por exemplo, além de desenvolver diversas áreas do corpo. Ainda segundo os especialistas, o método também ajuda a prevenir outras possíveis complicações. Segundo a fisioterapeuta osteopata Lívia Gantuss, de Belém, a prática pode proporcionar qualidade de vida aos bebês.

A especialista aponta que, além de casos, envolvendo assimetria do crânio, a osteopatia também pode tratar refluxo, cólicas e o torcicolo congênito que, segundo a especialista, é um dos fatores para gerar as assimetrias. Ainda segundo Lívia, diversas outras patologias ou disfunções também podem ser tratadas por meio da osteopatia. Como é o caso de irritações e alterações no sono das crianças, bem como problemas intestinais e posições irregulares quando o bebê está deitado. 

“O objetivo geral da osteopatia, seja em uma criança ou em um idoso, em qualquer pessoa é botar o corpo para funcionar, melhorar a ‘máquina’. É como se fosse as revisões que a gente vai fazendo no carro. Basicamente, a gente quer dar capacidade para o corpo se adaptar, se autocurar e funcionar bem. Quando a gente fala das crianças, a gente tem uma tela em branco, que a gente vai pintando com o desenvolvimento motor com que a criança vai crescendo”, explica. 

image Lívia Gantuss: a fisioterapeuta osteopata lista detalhes sobre como funciona a terapia (Cristino Martins / O Liberal)

Tratamento

Lívia destaca que o fisioterapeuta osteopata é um profissional de primeiro contato e aponta quando os pais devem se preocupar e buscar um especialista: “Os sinais que os pais podem perceber que o bebê precisa passar por uma consulta são: quando a cabeça não é totalmente redonda, um olho é maior do que o outro, um bebê que gorfa todas as mamadas, que tem muita cólica. E esses sintomas ainda podem surgir nos primeiros dias de vida”, reforça a fisioterapeuta.

“No primeiro trimestre de vida, o bebê tem que conseguir ficar deitado alinhadinho. Se a gente pega o bebê depois desse tempo, o bebê já tem que estar sustentando a cabeça, querendo começar a rolar, ou seja, a gente vai ter marcos motores que são esperados para cada idade. Se o bebê não está fazendo aquilo na idade esperada, vale a pena a gente observar. Ao se observar que o bebê fica torto, que gosta de se jogar para trás, que tem alguma coisa diferente do que se vê em outras crianças, pode ser que tenham tensões e bloqueios pelo corpo“, relata Lívia.

Avaliação

A fisioterapeuta destaca que o tratamento é indicado, de modo geral, após os primeiros dias de vida. O tratamento é feito ao longo de diversas sessões, como pontua Lívia, sendo realizado por meio de manipulações nas áreas específicas do bebê. Assim, é possível verificar a mobilidade do corpo e, assim, desenvolver o caso daquela criança, conforme pontua Lívia. Além disso, a osteopatia também é considerada uma terapia complementar a outros métodos terapêuticos repassados por especialistas de outras áreas.

De acordo com Lívia, cada paciente exige um tipo de avaliação e tratamento. “A avaliação abrange o corpo todo, mas a gente direciona de acordo com o sintoma que aquele bebê apresenta. Eu digo que o bebê não fala ainda. Então, eu tenho que saber ler o corpo dele. E eu consigo isso, olhando a forma como ele fica deitado, como ele se mexe, como ele chora. A avaliação não é tanto em palavras, que normalmente vem dos pais, mas é uma avaliação feita observando e interagindo com aquela criança”, aponta Lívia.

Qualidade de vida

Quem percebeu melhorias com a osteopatia na vida da filha foi a servidora pública Verena Ramos, de Belém, mãe da pequena Maria de Vasconcelos, de 10 meses. Para ela, a técnica trouxe desenvolvimento já nos primeiros meses de vida da criança. “A Maria foi pélvica durante toda a gestação. Por ter sido pélvica, a cabeça dela não era totalmente redonda. Isso me preocupava muito. Com poucos dias de nascida, eu já a trouxe [para fazer o tratamento], frisa Verena.  

“Inclusive, além da questão da cabeça, foi identificado que a Maria tinha algumas posturas em vírgula, que poderiam fazer com que ela tivesse refluxo e sofresse de algumas outras coisas. Nesse período, a Maria veio fazendo um tratamento de alguns meses até que recebeu alta. Com a osteopatia, eu percebi que a Maria não é uma criança limitada na questão neuropsicomotora. Muito pelo contrário, ela conseguiu alcançar todos os marcos, inclusive, antecipadamente”, conta. 

image Verena Ramos: a servidora pública conta como a osteopatia melhorou a vida da filha, a pequena Maria (Cristino Martins / O Liberal)

Verena diz que a osteopatia foi muito importante na vida da filha e alega o quanto a terapia pode ajuda. “O desenvolvimento dela foi além do previsto, inclusive para andar e engatinhar. A longo prazo, eu só vejo benefícios, porque muito provavelmente a Maria vai ser uma criança, que caso precise, vai retornar para a osteopatia, para que não tenha nenhum problema de desenvolvimento. E para que seja uma criança que consiga ser mais flexível, não tenha muita rigidez e até para ajudar no sono”, finaliza Verena.

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