Fezes de garças incomodam frequentadores da Praça Batista Campos, em Belém

Denunciantes reclamam do risco de serem atingidos por fezes das aves enquanto caminham pelo espaço

Gabriel da Mota | Especial para O Liberal

Uma questão de saúde pública tem incomodado frequentadores e comerciantes da Praça Batista Campos, em Belém: a grande quantidade de fezes de garças que habitam o local. A sujeira e o mau odor se concentram no entorno de uma samaumeira, localizada na área próxima à esquina da Rua dos Tamoios com a Avenida Serzedelo Corrêa. 

VEJA MAIS:

image Moradores se queixam de calçadas quebradas na praça Batista Campos
Os problemas da praça também variam entre locais esburacados e pouca segurança

image Ponto da Guarda Municipal foi desativado na Praça Batista Campos e preocupa frequentadores
O ponto está trancado e os usuários e trabalhadores da praça afirmam que os riscos de assaltos aumentam

As garças se deslocam para os lagos em busca de peixes, e retornam para a copa da árvore em busca de abrigo. Para quem passa, o risco de ser atingido pelos dejetos dos animais é iminente. Há muitas marcas de fezes no chão e, além disso, outros problemas estruturais são queixas da população, como o desgaste dos bancos e a falta de manutenção paisagística.

A maratonista Kerollen Carvalho (21) está se preparando para uma prova e, por isso, corre toda semana ao longo dos 3 mil metros quadrados da praça. Ela reclama do cheiro e do risco de ser surpreendida pelas fezes que caem do alto: “É bastante incômodo. Uma amiga já foi atingida quando passamos por aqui. Desde então, eu costumo passar bem rápido, com medo de acontecer o mesmo comigo”, revela.

O aposentado Sebastião Ramalho (89) caminha pela praça quase diariamente e avalia a situação: “Acho que a sujeira das garças é um mal inevitável, mas outros males poderiam ser evitados, como o cuidado com as plantas e maior policiamento”. Ele diz que prefere visitar a Praça da República, onde não há o risco de ser atingido pelas fezes das garças.

A situação prejudica o trabalho de Diogo Silva (21), que vende água de coco em frente à samaumeira que abriga as aves. “As pessoas quase não sentam aqui por conta das fezes que caem, e do mau cheiro. A maioria dos fregueses procura outras barracas pra consumir. Meus clientes são as pessoas que passam de carro pela Serzedelo e encostam pra comprar meu produto”, pontua. 

Quem visita o espaço precisa se abrigar nas barracas de venda. Por isso, Diogo sugere alternativas para contornar a situação: “Poderia aumentar a lona de proteção das barracas, pra cobrir mais a área de consumo”. Ainda de acordo com o comerciante, a varredura das folhas que caem das árvores é a única medida de higiene tomada pela prefeitura.

Garçal

A veterinária Ellen Eguchi, especialista em medicina de animais silvestres e exóticos, explica que existe um garçal na Praça Batista Campos. “A Praça Batista Campos assumiu, há muito tempo, uma posição em relação à vida reprodutiva das garças. Que a gente chama de garçal: um ninho que elas projetaram e costumam migrar todos os dias pra lá, assim como aconteceu com os periquitos da Praça Santuário. E a gente não tem controle sobre isso. Como moradores da Amazônia, seria muito mais viável a gente fazer uma parceria com a Secretaria Municipal para ter uma cerca de proteção das aves, ações de educação ambiental para se ter cuidado com os animais. Mas não tem como removê-los. Essas aves escolhem os locais para se fixar”, detalha.

“O que mais incomoda a população é a acidez fecal que danifica pintura de carro etc. Se houvesse maior conscientização, talvez as pessoas pudessem evitar estacionar ali naquele pedaço”, complementa.

Em relação ao comportamento, as garças são aves migratórias. Elas decidem onde vão ficar, e não há como o ser humano influenciar, conforme pontuou a veterinária. "É um comportamento natural da espécie. Talvez uma alternativa seria criar outro ponto de alimentação para atraí-las, mas isso é imprevisível. Acredito que, em algum momento, elas vão migrar de lá da Praça Batista Campos para outro lugar, assim como aconteceu com os periquitos da Praça Santuário anos atrás”, finaliza.

História

A Praça Batista Campos, localizada no bairro de mesmo nome, já foi eleita a praça mais bonita do Brasil, no ano de 2005. De acordo com a Seurb, uma lavagem geral no espaço da praça foi feita durante a reforma realizada em 2021.

Em nota, a Prefeitura de Belém informou que realiza, periodicamente, a manutenção nas árvores da cidade, incluindo as localizadas na praça Batista Campos, que receberam manutenção entre os meses de agosto e setembro deste ano.

"Na ocasião, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) fez, preventivamente, podas de limpeza, de equilíbrio, de levantamento, de redução e de rebaixamento de copa em 70 árvores lá localizadas. As podas preventivas são necessárias em virtude do avançado estado de senescência dos vegetais, que provoca a quebra e queda de galhos", diz a nota.

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou que fez, em 2021, a recomposição de todo o calçamento da praça e uma lavagem geral no espaço e diz que irá iniciar, em breve, uma grande reforma na praça e outros logradouros da capital paraense que necessitam de reformas.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM