Desfile apresenta coleção de moda ‘Cápsula Marajó’ com marcas autorais de empreendedoras paraenses

No evento, realizado na tarde desta terça-feira (30), no Parque do Utinga, em Belém, foram expostos os trabalhos de dez marcas de produtoras de Soure e de Belém

Gabriel Pires

Com peças inspiradas no grafismo da arte marajoara, a coleção “Cápsula Marajó”, que faz parte do projeto Polo de Moda do Marajó e tem produção de empreendedoras paraenses, foi apresentada na tarde desta terça-feira (30) em um desfile no Parque Estadual do Utinga, na capital paraense. No evento, foram expostos os trabalhos de dez marcas nativas do município de Soure, localizada na Ilha do Marajó, e de produtoras de Belém.

O Polo de Moda do Marajó é composto, atualmente, pelo Coletivo Moda Marajó, que reúne 48 empreendedores de Soure. O grupo é formado pelas empresas Art’Genuina, Coletivo Moda Marajó, Cañybó, Amazônia Zen, Ná Figueredo, Isabela Sales Design, Madame Floresta, Mãos Caruanas, Seiva Amazon Design e Val Valadares. Em breve, outros empreendedores, de Cachoeira do Arari, também integrarão o grupo. Camisas, vestidos, moda praia, chapéus e outros acessórios são algumas peças da coleção de moda.

O Polo é resultado da parceria entre o Governo do Estado do Pará, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae Pará), Prefeitura Municipal de Soure, Prefeitura Municipal de Cachoeira do Arari, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A iniciativa é fruto de um convênio assinado entre as entidades em agosto de 2023. Com isso, as roupas e acessórios apresentados são produzidos por empreendedoras capacitadas pelo Sebrae e pelo Senar.

Oportunidade

Para o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, a coleção exalta a ancestralidade do povo marajoara e divulga a cultura da região. Ainda segundo ele, a produção das peças também é uma oportunidade de gerar emprego e renda para as mulheres empreendedoras. “Essa é a culminância de um projeto que nós estamos criando juntamente com o Senar e com o Senai. Nosso objetivo aqui é muito claro: é desenvolver a cultura marajoara, mas, para além disso, queremos garantir renda para essas pessoas”, afirma.

“Nós estamos preparando essas pessoas para a COP-30, para que camisas como essas possam ter uma releitura. E a camisa ancestral continua sendo o nosso grande eixo de trabalho. Dessa forma, a gente tem, sim, criado um ambiente bastante favorável, porque pessoas que começaram a fazer a fabricação, hoje, já passam a vender. A prova disso é que, além de mostrarmos ao público essa produção manual e estes materiais, valorizando, dessa forma, a cultura marajoara, já temos vários pedidos de peças para comercialização. Hoje, as pessoas ganharam dinheiro graças ao seu trabalho”, acrescenta.

Cristino Martins / O Liberal

Josie Lima, proprietária da marca Mãos Caruanas, de Soure, teve a oportunidade de apresentar as joias naturais feitas por ela. Para ela, esse foi um momento muito significativo. “A marca nasceu junto com o Sebrae. E esse desfile é importante para a divulgação [da marca], e, principalmente, do Marajó. A Mãos Caruanas nasceu para que as pessoas que comprassem uma peça pudessem carregar a história do Marajó. E é isso que a gente vende. A coleção deste ano nós fizemos especialmente para o desfile, que são as cobras marajoaras, vistas como símbolo de abundância”, destaca a empreendedora. 

Apoio

O Desfile em Belém também conta com o apoio da Organização Social Pará 2000 e da marca Seringô, responsável por fornecer os calçados aos modelos. Os produtos foram feitos com matérias-primas vegetais, de fontes renováveis e que contribuem para a preservação do meio ambiente por meio do extrativismo sustentável.

A Coleção “Cápsula Marajó” foi lançada no último dia 17 de abril, em um desfile realizado em Soure, quando recebeu o apoio do Instituto Caruanas do Marajó. No município, foi realizada a primeira etapa do trabalho do Polo de Moda, quando os empreendedores foram capacitados para a produção das peças e gestão financeira – formação de preço e finanças do negócio. A próxima etapa deve iniciar em maio, com a capacitação de empreendedores do município de Cachoeira do Arari.

Para Zeneida Lima, fundadora do Instituto Caruanas do Marajó e natural de Soure, a coleção é importante para levar a cultura do Marajó para além do território onde as peças são produzidas. “Tudo isso mostra a beleza que o Marajó tem escondida lá atrás daquela ilha e ninguém quase vê. Agora, a gente pode mostrar. E o Marajó tem muito para se mostrar”, relata Zeneida, que é pajé e ambientalista.

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Belém
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