Covid-19: infectologista alerta para a terceira onda da doença

Aumento de casos alerta para um novo momento grave da doença, a partir das subvariantes da ômicron

Eduardo Rocha
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O médico infectologista Lourival Marsola alerta que o aumento do número de casos de covid-19 que se vem observando nas últimas semanas, principalmente no relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que acompanha os quadros de síndrome gripal e de síndrome respiratória aguda grave aponta para a possibilidade real de uma nova onda da doença, no caso uma terceira onda.

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"E isso deve nos servir de alerta para que a gente adote medidas preventivas, retorne com algumas medidas que foram esquecidas para tentar evitar essa disseminação, já que subvariantes que vêm causando problemas no mundo (BQ.1 e XBB), foram identificadas no Brasil", diz o infectologista.

Elas foram verificadas, até agora, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul. A BQ.1 é de alta transmissibilidade e de muito escape aos anticorpos que são gerados pela vacina. No entanto, cientistas da Fiocruz acabam de identificar o surgimento de uma nova subvariante da ômicron no Amazonas, a BE.9, uma sublinhagem da cepa BA.5.

 "É como se ela (a variante ômicron)  tivesse sofrido pequenas mutações na proteína Spike, proteína responsável pela ligação do vírus à célula do órgão humano, e originasse novas variantes", ressalta o médico. "Então, estamos em uma situação de alerta, porque depende de como vai evoluir; como nós temos uma parte considerável da população com as duas doses da vacina, em torno de 80%, mas infelizmente ainda pouco mais de 50% com alguma dose de reforço. E as crianças que têm sido alvo frequente das novas infecções, infelizmente, ainda não vacinadas", afirma o médico, referindo-se ao cenário nacional. E o Pará segue a tendência do Brasil.

Na abordagem sobre a transmissibilidade das subvariantes da ômicron e da resistência a anticorpos, Lourival Marsola destaca que a mutação que originou essas novas subvariantes gerou capacidade maior de escape à imunidade do indivíduo que foi gerada pelas vacinas. Então, "a gente precisa estar com um nível de anticorpos bem alto para poder evitar as formas graves da doença". "Até o momento, a gente tem a quarta dose da vacina; o Ministério da Saúde já começou a discutir uma Nota Técnica liberando a quinta dose, mas muito restrita a portadores de doenças que causam a baixa da defesa, imunossuprimidos que a gente chama", completa. 

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Sintomas das subvariantes

As subvariantes BQ.1, XBB e outras do SARS-Cov-2 causam covid-19, e o quadro clínico é levemente diferente de um para o outro. Dessa forma geral, ainda valem a síndrome gripal, que é o mal-estar, dor no corpo, espirro, coriza, tosse seca, febre (que em geral não é alta, principalmente na síndrome gripal), e a síndrome respiratória aguda grave apresenta-se como a evolução para o quadro de pneumonia, na forma mais grave da doença, quando o indivíduo começa a ter insuficiência respiratória, ou seja, a falta do oxigênio, e precisa, inclusive, receber suporte de oxigênio para poder respirar.

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