Belém tem risco de enchentes como no Rio Grande do Sul? Geólogo explica as condições geográficas

Pergunta é feita por muita gente na capital do Pará, preocupada com a situação enfrentada por famílias gaúchas

Eduardo Rocha
fonte

Diante das 90 mortes e mais de 300 pessoas desaparecidas em virtude das enchentes no Rio Grande do Sul, muitas pessoas em Belém questionam-se sobre a possibilidade de uma grande enchente também ocorrer na capital do Pará. Sobre esse assunto, a Reportagem Integrada do Grupo Liberal conferiu que essa possibilidade encontra-se bem distante, por dois fatores basicamente. Um fator é que o Rio Guamá, que margeia Belém tem um nível baixo no fluxo das águas. Outro fator é que a "Cidade das Mangueiras" apresenta-se com uma boa drenagem, ainda que recebe chuvas fortes, sobretudo, no primeiro semestre de ano.

Essa argumentação é fornecida por Alberto Rogério Benedito da Silva, geólogo, pós-graduado em Economia e Legislação Mineral, com vasta experiência em gerenciamento de projetos minerais e ambientais, em níveis nacional e internacional e que atua como consultor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

"O fluxo de água do Rio Amazonas, ao se aproximar do Oceano Atlântico, tende a correr pelo lado norte da Ilha do Marajó, passando pelo canal sul do Território do Amapá. Com isso, Belém fica sujeita ao fluxo do Rio Guamá, que é um rio com leito senil, baixo gradiente e drenando topografia relativamente plana. Com esse perfil, há poucas possibilidades de ocorrerem grandes inundações às proximidades de Belém, mesmo a região possuindo elevada precipitação pluviométrica", ressalta Rogério Silva.

Drenagem

Sobre o fato de que os belenenses conferem áreas com alagamento, principalmente, na temporada das chuvas, o geólogo destaca: "Belém, com altitude de cerca de 14 metros, encontra-se bem próximo do nível do mar e por características climáticas recebe uma elevada carga de precipitação pluviométrica, chovendo frequentemente, o que, quando coincide o período de maré alta e chuva “grossa” e demorada, ocasiona alagamentos nas partes mais baixas, conhecidas como “baixadas”. Por outro lado, mesmo com topografia plana o sistema de drenagem da capital do Pará permite o escoamento das águas da chuva em rápido período de tempo, evitando alagamentos mais demorados".

"Alagamentos prolongados são mais característicos de drenagens com a mata ciliar (vegetação que ocorre às margens dos rios e igarapés) destruída, causada por desmatamentos, o que é típico em rios e igarapés, cujas margens são povoadas e a população utiliza as planícies de inundação – aquela área as margens dos rios e igarapés que sofrem influência da elevação do nível d’água, para cultivo agrícola e de outras atividades", completa Rogério Silva.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM