Alergia: conheça os tipos mais comuns e formas de prevenção, segundo especialistas

Em três anos, a busca por médicos alergistas subiu 42,1% no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) Regional do Pará

Eva Pires e Lucas Quirino

Entre os anos de 2019 a 2022, houve um aumento de 42,1% na busca por consultas médicas ambulatoriais com alergistas e imunologistas no Brasil. Segundo levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), saltaram de 2,1 milhões para 3 milhões de procedimentos no período. Nesta terça-feira, 7 de maio, no Dia Nacional de Prevenção da Alergia, o alergista Newton Bellesi, da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) Regional do Pará, explica que as doenças alérgicas mais comuns são respiratórias, como rinossinusite, conjuntivite e asma. Ainda, ele informa que a principal forma de prevenção é o distanciamento do alérgeno, substância que provoca a alergia. 

Tipos de alergias e disgnóstico

A alergia não é uma doença, e sim uma condição genética que predispõe o indivíduo a desenvolver enfermidades alérgicas, é o que diz o médico alergista Newton Bellesi. Entre os tipos mais comuns, estão as alergias respiratórias, como rinossinusite, conjuntivite e asma, cujo agente é o ácaro (um aracnídeo microscópico) da poeira doméstica. 

"As alergias mais frequentes são as mediadas por anticorpo da classe IgE. O indivíduo portador desse tipo de alergia somente manifesta doença ao entrar em contato com o alérgeno. Um paciente alérgico ao camarão, por exemplo, só apresentará doença ao consumir ou inalar vapores desse alimento", explica.

O médico informa que o diagnóstico de uma enfermidade alérgica é determinado pela avaliação clínica, que inclui a história do paciente, além dos sintomas e sinais que ele apresenta. O agente etiológico também pode ser confirmado por testes cutâneo-alérgicos (TCA), aplicados pelo especialista na ocasião da consulta e, às vezes, por exames de sangue.

Segundo informações fornecidas pela presidente da Asbai Regional do Pará, Dra Irma Douglas Paes Barreto, existem exames que podem ajudar no diagnósticos: Teste Cutâneo de Leitura Imediata (prick test) e testes de contato (patch test). 

Esses exames são disponibilizados em serviços públicos com ambulatórios de Alergia, como o Centro de Especialidades do Cesupa (Cemec) do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa); o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e o Centro de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança (Casmuc) da Universidade Federal do estado do Pará (UFPA).

Tratamentos e o que fazer em caso de crise alérgica

O tratamento principal para a alergia consiste em afastar o paciente da causa, o alérgeno. "Para alívio do quadro clínico agudo, são usados medicamentos anti-histamínicos, anti-inflamatórios, entre outros. Já para reduzir a hipersensibilidade do paciente ao alérgeno, particularmente ao ácaro, a imunoterapia específica para o agente identificado nos TCA é o recurso mais significativo, podendo levar à cura clínica. 

O médico reforça que  qualquer medicamento só deve ser realizado com orientação de um médico alergista. "Belém dispõe de um seleto grupo de especialistas para o devido estudo de cada caso e para achar a melhor solução", afirma.

Já as formas mais graves de alergia são as reações anafiláticas que podem ser causadas por medicamentos, alimentos ou venenos. Pacientes com esse tipo de enfermidade deve receber atendimento imediato por correrem risco de complicações que podem ser fatais.

As "vacinas " para alergia, melhor chamadas de imunoterapia antígeno específico, é um tratamento longo para realizar dessensibilização ao antígeno que provoca o quadro de alergia, de acordo com a a presidente da Asbai Regional do Pará.

"Nem todas as alergias necessitam realizar este tratamento. Asma brônquica, rinite alérgica, conjuntivite alérgica, dermatite atópica e em alguns casos de alergia alimentar têm indicação de dessensibilização", orienta.

Confira os serviços públicos com ambulatórios de alergia em Belém

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Uepa

Para receber atendimento no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Uepa, é preciso que o usuário venha encaminhado de algum serviço de saúde do Sistema Único de Saúde (Sus). 

O "Serviço de Referência Especializado em Dermatologia" é um dos ofertados pela universidade, com atendimentos realizados de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12h e das 13h às 17h.

Já para o atendimento pediátrico, são ofertadas consultas na "Unidade Maternar". As consultas com alergista ocorrem nos dias de segunda, terça e sexta-feira, à tarde, somente com agendamento. O agendamento é feito de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h.

Endereço: Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) - Campus II, Travessa Perebebuí, 2623, bairro do Marco.

Centro de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança (Casmuc) - UFPA

O Casmuc, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), também possui um ambulatório de alergia de atendimento público, localizado ao lado do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS/UFPA).

Endereço:  R. Augusto Corrêa, 01 - Guamá, Belém

Centro de Especialidades do Cesupa (Cemec)

O Centro de Especialidades do Cesupa (Cemec) do Centro Universitário do Pará (Cesupa) oferece consultas pelo ambulatorial de alergia, com horário de funcionamento de 8h às 18h.

Endereço: Av. Gov. José Malcher, 1242

Entenda a diferença entre alergia e intolerância alimentar

Embora apresentem sintomas semelhantes e ocorram após a ingestão de alimentos, a intolerância alimentar e a alergia alimentar são condições distintas, com causas e tratamentos diferentes.

A intolerância alimentar ocorre devido à dificuldade na digestão de certos alimentos. Isso acontece quando há uma deficiência ou ausência de enzimas responsáveis por decompor moléculas maiores em componentes menores, que o corpo pode absorver e usar adequadamente. A pessoa com intolerância alimentar absorve parcialmente esses nutrientes, que passam a fermentar, ocasionando sintomas como inchaço abdominal, flatulência e cólicas, podendo ainda causar diarreia. 

Já na alergia alimentar ocorre reação do organismo logo após a exposição ao alimento causador da alergia. Entretanto, essa manifestação pode ser imediata ou levar algumas horas ou dias para ocorrer, sendo as mais comuns as reações que envolvem a pele (urticária, inchaço, coceira, eczema) e o aparelho gastrintestinal (diarreia, dor abdominal, vômitos). Manifestações mais intensas, acometendo vários órgãos simultaneamente como pele e trato respiratório (anafilaxia), também podem ocorrer.

Fonte Ministério da Saúde

Idosa com alergia a mariscos precisa ter atenção redobrada

imageMaria evita completamente frutos do mar, especialmente camarão e caranguejo, devido às reações alérgicas graves que causam até dificuldades respiratórias (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

Maria de Belém, 71 anos, conta que descobriu sua alergia a mariscos há cerca de 30 anos. Desde então, evita completamente frutos do mar, especialmente camarão e caranguejo, devido às reações alérgicas graves que causam até dificuldades respiratórias. 

“Os primeiros sintomas ocorreram após eu comer vatapá, quando poucas horas depois eu comecei a sentir os sintomas da alergia, como edema de glote. Passei a me sentir sufocada, mas eu tomei remédio e passou. Mas na segunda vez tive o mesmo sintomas, foi quando decidi procurar um alergista que detectou que eu tinha alergia a mariscos e que precisava cortar esses alimentos definitivamente”, explica.

Apesar de sempre ter gostado de frutos do mar, desde a primeira crise, ela toma bastante cuidado antes de consumir qualquer comida da qual ela não saiba a procedência, principalmente em ocasiões como aniversários e reuniões de família.

“Quando eu vou em algum aniversário, eu não como salgadinho, nem mesmo quando uma pessoa me oferece. Às vezes, quando o meu marido está comigo, eu peço para ele provar antes e ele me diz se posso ou não comer. Isso faz parte dos cuidados que eu tomo, porque eu sei que é muito difícil lidar com os sintomas dessa minha alergia, ainda mais agora na minha idade”, disse Belém.

Eva Pires e Lucas Quirino (estagiários sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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