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Relembre os grandes nomes da literatura na época da República

Inglês de Sousa, José Veríssimo e João Marques de Carvalho foram destaque da época

Alinne Morais
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A literatura sempre esteve presente ao longo da história. No cenário paraense, não foi diferente. Escritores que estavam em destaque no período anterior à proclamação da República, seguiram em evidência no novo regime. Inglês de Sousa, José Veríssimo e João Marques de Carvalho foram grandes nomes da época.

Inglês de Sousa nasceu em Óbidos, no oeste do Pará. Foi autor de um conjunto de cinco obras ficcionais: “O Cacaulista” (1876); “História de um pescador” (1876); “O Coronel Sangrado” (1877); “O Missionário” (1891); e “Contos Amazônicos” (1893). Paira sobre ele a possibilidade de ser o introdutor do Naturalismo na Literatura Brasileira.

José Veríssimo, por sua vez, também é de Óbidos. Ganhou notoriedade com uma obra de caráter múltiplo, com textos sobre economia, cultura, crítica e historiografia literária. O livro “Cenas da Vida Amazônica” chegou a receber elogios de Machado de Assis. Já a publicação “História da Literatura Brasileira” continua como referência até os dias atuais.

Marques de Carvalho foi representante do Naturalismo. De autoria do escritor, o romance “Hortência” foi o primeiro a dar ênfase ao contexto urbano de Belém. “Apesar de essa ser sua obra mais conhecida, há outras que também considero interessantes, como ‘Contos do Norte’ e ‘Contos Paraenses’”, pontua Paulo Maués Corrêa, professor, pesquisador e escritor.

TEMAS

Nas obras ficcionais do trio os temas mais abordados eram, segundo Paulo, “a sociedade amazônica do século XIX, com seus conflitos políticos, suas mazelas e seus costumes”. O escritor destaca ainda que Sousa e Veríssimo possuem passagens memoráveis que retratam o cotidiano da região do baixo Amazonas, como as em que se referem ao lundu - dança muito praticada na época.

O pensamento dos escritores sobre o novo regime governamental do País não é uma questão que se destaca nas produções. O que se encontra mais é a problematização do período anterior à República. “Um fator que antecede a Proclamação e que é de fundamental importância para o desenvolvimento da intelectualidade paraense da época foram as campanhas abolicionistas que aconteciam em todo o território nacional”, destaca Paulo.

MINA

Entre os anos de 1895 e 1899 houve ainda o grupo “Mina Literária”. A agremiação tinha o intuito de valorizar a literatura nortista, paraense ou amazônica. Contava com membros ativos - como Eustachio de Azevedo, Natividade Lima, Vilhena Alves, o próprio João Marques de Carvalho e outros; membros Honorários - como Lauro Sodré, Serzedelo Corrêa, Paes de Carvalho, Barão do Guajará; e os correspondentes - distribuídos em vários estados e municípios do interior - como Inglês de Sousa e José Veríssimo, no Rio de Janeiro.

LEGADO

Por meio de suas obras e atuações os autores deixaram um importante legado. “Deixaram um perfil de literatura marcada pela presença do diálogo constante com a história e com elementos culturais como o imaginário da região”, diz Paulo. “Legado que teve continuadores fabulosos, como Bruno de Menezes, Abguar Bastos, Dalcídio Jurandir, Haroldo Maranhão, Benedicto Monteiro e tantos outros.”

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