Diego Hypólito relembra carreira vitoriosa na ginástica e projeta medalhas brasileiras em Paris 2024

Um dos maiores nomes da ginástica artística, Hypólito falou, em entrevista exclusiva para a equipe de O Liberal, sobre as expectativas para as Olimpíadas de Paris

Andréia Santana
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Quando se fala em ginástica artística, um dos nomes mais memoráveis é o do ex-atleta Diego Hypólito. Bi-campeão mundial e medalhista olímpico, Hypólito pavimentou o caminho em uma modalidade que era pouco conhecida no Brasil até os anos 2000, e inspirou diversos atletas que seguiram carreira na ginástica.

Em Belém, para se apresentar com o Circo Kroner, que estreou na última sexta-feira (12), no estacionamento do Bosque Grão-Pará, Diego conversou de maneira exclusiva com a equipe de esportes de O Liberal e relembrou momentos da carreira vitoriosa no esporte. 

Para ele, um dos mais importantes foi a medalha prata que conquistou nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Na época, o atleta enfrentou adversidades físicas e mentais antes da conquista, já que sofreu baques significativos e dolorosos nos dois jogos olímpicos que disputou anteriormente, em Pequim, em 2008, e Londres, em 2012. 

“Eu pensei que iria sair da ginástica em 2012, porque a queda olímpica de Londres foi muito pesada para mim. Caí de cara, eu já tinha caído de bunda antes em Pequim, e as Olimpíadas acontecem só de quatro em quatro anos. Aquilo para mim é como se eu tivesse matado alguém na minha cabeça. Mas eu não era criminoso, era simplesmente um homem que tinha ido lá, tinha tentado, tinha se esforçado muito, mas não consegui no momento”, disse. 

“Eu queria muito pensar nos Jogos do Rio, só que eu estava muito debilitado de lesão. Foram 11 cirurgias em 10 anos, eu tive mais tempo em reabilitação do que em treinamento. Então, quando decidi continuar na ginástica, não era algo simples pra mim. A aparelhagem, até 2012, não tinha mola, só em 2013 começou a ter mola no tablado, e minha única maneira de continuar na ginástica se fosse uma aparelhagem que doesse menos, e foi o que aconteceu. Eu estava com duas fraturas no Rio, então pra mim não era o objetivo ser medalhista olímpico, era ficar de pé. Eu ter conseguido continuar e ter sido medalhista no Rio de Janeiro foi impagável porque mostra pra qualquer pessoa todo sonho é possível”, completou.

image Diego Hypólito conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas do Rio, em 2016 (Tarso Sarraf / O Liberal)

Quando conquistou a sonhada medalha, ao lado do também brasileiro Arthur Nory, que levou o Bronze, Hypólito conta que a sensação foi única. “A experiência de ser medalhista olímpico é muito única. Eu tive coragem de chegar até os Jogos Olímpicos do Rio, tendo uma responsabilidade muito grande, porque o meu nome foi construído durante muitos anos. Nós somos de uma geração que o esporte e tudo era muito valorizado e muito visto, porque a televisão era o único lugar que a gente tinha de possibilidade de enxergar, e as pessoas me fizeram muito grande. Então era como se não fosse uma só pessoa que estava entrando ali, mas muitos brasileiros em conjunto comigo”, contou. 

“Foi um momento que é totalmente sem explicação. Não tem assim um tamanho, olha, é dessa maneira. Eu nunca vivi nada que era igual. E é tão especial, porque a gente vive querendo aquele momento, buscando aquilo a vida inteira”, completou. 

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Expectativas para Paris 2024

Agora, já aposentado do esporte, Diego Hypólito espera que a nova geração de ginastas conquiste mais medalhas nas Olimpíadas de Paris, que será realizada em julho deste ano. Para ele, os principais nomes são: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Jade Barbosa. 

“É muito claro que a gente tem seis chances de medalhas com a Rebeca, cinco solos e mais equipe; e três chances com a Flávia, duas solos mais equipe. Elas têm muitas chances de serem medalhistas por equipe, tecnicamente, são a segunda melhor equipe do mundo da atualidade. São indiscutíveis, e ficaram em segundo no último mundial. A Rebeca tem chances de medalha em todos os aparelhos, tem chance de ser bicampeã olímpico de salto e na disputa geral contra a Simone Biles. A Flávia tem chance no solo, ela já é medalhista atual bronze no solo. Então, tem muita chance, a gente tem uma equipe muito completa, contando também com a Jade Barbosa, uma atleta super experiente”, opinou.

Hypólito não escondeu que é um grande fã de Rebeca Andrade e fez questão de elogiar a atleta. “A Rebeca é a principal atleta dos Jogos Olímpicos de todas as modalidades. Indiscutível. Uma mulher que é muito grandiosa, que tem toda a sua representatividade, e é de uma grandiosidade para as Olimpíadas. Agora, a ginástica vive um momento muito grandioso”, afirmou.

Um dos principais nomes do Brasil na categoria masculina, Arthur Nory ainda não está com a vaga garantida para Paris, mas Hypólito confia que o atleta irá conquistar a chance de outra medalha na Copa do Mundo de ginástica. 

“Os meninos eu vejo que, primeiro, a gente precisa conseguir a vaga da classificação do Nory, que ainda tem a chance pelas Copas do Mundo. Tá difícil, não tá simples se classificar. Se não se classificar pelas Copas do Mundo, ele vai por uma vaga do país, mas tomara que consiga essa vaga, que assim tem chance de dois meninos irem para os Jogos Olímpicos”, finalizou.

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