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Em Belém, especialista aponta falha primária em sistema federal fraudado  

‘A senha não tinha proteção, elas eram simples’, avalia Paulo Tamer

Valéria Nascimento
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Nesta terça-feira (23), o governo federal confirmou o desvio de R$ 3,5 milhões em recursos do Ministério da Gestão e da Inovação em Recursos Públicos, com a invasão ao sistema oficial de pagamentos da União, em Brasília (DF), no dia 5 deste mês de abril. Desse total, R$ 2 milhões foram recuperados. 

Em Belém, o consultor da área de segurança pública, Paulo Tamer, de 65 anos, afirma que quando se trata de segurança em qualquer tipo de serviço e aspecto não se trabalha com 100% de certeza de proteção, e é necessário atentar para falhas.

"Na segurança, não se tem essa premissa: ‘é impossível de acontecer (a falha)’. É preciso criar níveis que dificultem a ocorrência do fato (crime). Por isso, os estudos são contínuos, são constantes e não simplesmente se fazer algo de forma acabada, não existe o acabado. Deve-se sempre ver a possibilidade da ocorrência”, destacou Paulo Tamer, delegado aposentado da Polícia Civil do Pará, bastante conhecido na área policial.

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Baixa proteção

Tamer avalia que, conforme as informações repassadas pelo governo federal, as senhas eram primárias, sem grande proteção. “Qualquer um poderia copiar esta senha. Era só eu ter acesso a sua senha, de alguma forma eu poderia ter essa informação, e eu acessava o programa. A senha não tinha proteção, elas eram simples, primárias”.

“Hoje em todo e qualquer acesso à internet, independente, da importância do programa a ser acessado, as senhas devem estar protegidas por senhas radiônicas, ou seja, geradores de senhas por acesso, além do uso de inteligência artificial, como, por exemplo: reconhecimento facial ou por biometria e, ao que parece o Siafi, não tinha esta proteção, era acessado por senhas primárias”, frisou Paulo Tamer.

Nesta terça-feira (23), o governo identificou um desvio de R$ 3,5 milhões em recursos do Ministério da Gestão e da Inovação em Recursos Públicos, dos quais R$ 2 milhões foram recuperados, com a invasão ao sistema oficial de pagamentos da União. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Investigações

Ainda não há confirmação se houve participação de servidores públicos ou de outras pessoas no crime. Outros valores podem ter sido desviados de outros ministérios. Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, a segurança do sistema está preservada.

A Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigam a invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). O Siafi é usado pelo governo para pagar credores, enviar transferências a Estados e municípios e repassar o salário dos servidores públicos.

O governo identificou que a fraude ocorreu com a alteração dos dados bancários do fornecedor que deveria receber o dinheiro do governo. Ao identificar a movimentação, o ministério conseguiu recuperar R$ 2 milhões porque o dinheiro ainda não havia saído da conta bancária do destinatário. O restante acabou sendo sacado ou transferido.

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