Marina Silva diz que Brasil com Bolsonaro é como 'um míssil de carbono apontando para a atmosfera'

A ex-ministra do meio ambiente fez a comparação em declaração na COP 27 e acredita que mudança de governo chegou em boa hora

Alice Martins
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Em coletiva de imprensa na tarde de hoje (12), Marina Silva declarou que a mudança de governo federal chegou em momento importante no cenário internacional, diante da dificuldade que a União Europeia está tendo em avançar  com suas metas ambientais. “Imagine se o Brasil continuasse com o governo Bolsonaro sendo também um míssil de carbono apontando para a atmosfera”, disse. A ex-ministra do meio ambiente e deputada federal eleita (SP) está participando da Conferência do Cima das Nações Unidas (COP 27), no Egito.

A ambientalista comentou sobre a importância da ida do presidente eleito Luíz Inácio Lula da Silva a COP 27, cuja participação vem sendo aguardada para a próxima semana. Para Marina Silva, a presença do petista representa um compromisso que vem sendo firmado desde a campanha eleitoral de preservação do meio ambiente. Segundo ela, “O Brasil volta ao protagonismo internacional, sobretudo para liderar pelo exemplo”. De acordo com Marina, combater o desmatamento é um caminho crucial, pois apenas em 2021 o Brasil lançou uma gigatoneladas de CO², provindos do desmatamento, na atmosfera. “Nosso maior vetor de emissão é o desmatamento. Na hora que a gente consegue controlar o desmatamento, a gente já está dando uma grande contribuição para o mundo. E o que queremos do mundo é que continue diminuindo também suas emissões para que o nosso esforço possa ser um esforço que se soma aos esforços globais”, enfatiza.

Além do combate às mudanças climáticas, a ambientalista afirmou que a nova direção do país também está atenta à preservação da biodiversidade e à proteção dos povos originários.

Transição energética e potencial agrícola 

Ao falar sobre os caminhos para o desenvolvimento do país, Marina manteve um tom de discurso voltado para o equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e o crescimento econômico. A ambientalista defendeu que o pais tem condições de “ser ao mesmo tempo uma potência agrícola e uma potência florestal”. Isso, segundo ela, seria conquistado por meio de uma economia diversificada, potencializando atividades já existentes, como a agricultura familiar e o aumento da produtividade no setor.

Marina enfatizou ainda que o Brasil precisa focar na transição de matriz de energia, saindo daquela baseada em combustíveis fósseis e caminhando em direção à energia limpa, como a eólica, solar e de biomassa. “Esse esforço o mundo vai ter que fazer. Compreendemos que em algumas regiões é mais difícil, mas esse é o caminho que com certeza será perseguido no Brasil, que também é um produtor de petróleo”, declara.

A ambientalista acredita que o país deve usar o recurso provindo do petróleo, “que ainda é necessário, para fazer a transição para outras fontes de geração de energia e não perpetuar esse modelo”. De acordo com ela, fazer essa transição já é algo buscado dentro da Petrobras, para deixar de ser uma geradora de energia baseado no petróleo, para ingressar no mercado com energia de baixo carbono. “Mudar essa frequência é algo estratégico e importante, porque dá uma sinalização da direção de que nós queremos ser uma matriz energética 100% limpa, com energia renovável, segura e com geração distribuída. Mas compreendemos a dificuldade que está posta no mundo”, pondera.

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